domingo, 19 de novembro de 2017

Ricardo Reis – o poeta clássico; a consciência e a encenação da mortalidade

Texto expositivo-informativo (130-170 palavras) 2 hipóteses

Através da influência da Antiguidade Clássica, Ricardo Reis defende o estoicismo, o epicurismo e o carpe diem horaciano.
A sua consciência da efemeridade da vida leva-o à indiferença face à morte (“da vida iremos/Tranquilos”) e à reflexão sobre o fluir inelutável do tempo, comparando a vida ao curso de um rio que “passa e não fica, nada deixa e nunca regressa”. A aceitação estoica do poder do destino é reveladora da atitude de abdicação, conduzindo-o à recusa das emoções. A filosofia estoica une-se à epicurista na medida em que esta última defende a procura da felicidade relativa e da ataraxia e, por isso, da moderação dos prazeres, da fuga aos sentimentos extremos e ao sofrimento e a indiferença face à morte. Deste modo, Reis pretende aproveitar o dia e os prazeres do momento presente, já que tem consciência da efemeridade da vida, d’”o pouco que duramos”.
Concluindo, a aceitação passiva da realidade e a tranquilidade sem perturbação fazem da vida uma natural condenação à morte.
165 palavras



Ricardo Reis é clássico no estilo e no rigor. Estoico, pagão, crê nos deuses da Grécia e no exercício da razão, por isso defende o saber contemplar, ou seja, vê intelectualmente a realidade.
            Na procura da serenidade livre de afetos e de tudo o que possa perturbar o seu espírito, faz uma defesa do Carpe Diem, o prazer do momento presente, sem ceder aos impulsos, revelando um epicurismo triste, disciplinando as emoções e sentimentos, por isso busca a felicidade relativa, alcançando-a pela indiferença à perturbação. Assim, «Segue o [seu] Destino» com naturalidade, sem lhe resistir, «sem desassossegos grandes».
            Através do paganismo faz a apologia dos deuses e das presenças quase-divinas que tudo habitam.
            Concluindo, Reis relativiza tudo através da ataraxia e do estoicismo, tentando permanecer indiferente às paixões perturbadoras da razão.



132 palavras

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