segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

"As despedidas em Belém" e "Mar Português"

Considera as estrofes d’Os Lusíadas.
– Refere as razões que estão na origem dos sentimentos dos que partem na viagem, fundamentando a tua resposta com elementos textuais.
- Ambiente de dor e de pessimismo (“Cheio dentro de dúvida e receio,/Que apenas nos meus olhos ponho o freio”) provocado pela:
o   antecipação dos perigos que aqueles que partem vão enfrentar – “Em tão longo caminho e duvidoso,/Por perdidos as gentes nos julgavam”;
o   noção do desconhecido e incerteza que aquela jornada implicaria - “Em tão longo caminho e duvidoso,/Por perdidos as gentes nos julgavam”;
o   consciência de que a morte era o destino provável – “A desesperação e frio medo/De já não nos tornar a ver tão cedo”.

– Refere os sentimentos dos que partem na viagem, fundamentando a tua resposta com elementos textuais.
- Medo, dúvida, receio e dor (“Cheio dentro de dúvida e receio,/Que apenas nos meus olhos ponho o freio”) provocado pela antecipação dos perigos que vão enfrentar – “Em tão longo caminho e duvidoso,/Por perdidos as gentes nos julgavam”;
- Sentimento de dever a cumprir, determinação, vontade de ir, apesar da dor sentida e da consciência de que a morte era o destino provável – “A desesperação e frio medo/De já não nos tornar a ver tão cedo”.

- Refere os sentimentos dos que ficam em terra, fundamentando a tua resposta com elementos textuais. (70 pontos)
- Medo, dúvida, receio, dor e pessimismo (“Por perdidos as gentes nos julgavam”) provocado pela antecipação dos perigos que os seus familiares e amigos vão enfrentar – “Em tão longo caminho e duvidoso”;
- Desespero, já que tinham consciência de que a morte era o destino provável – “A desesperação e frio medo/De já não nos tornar a ver tão cedo”.

Atenta no poema «Mar Português».
– Interpreta a expressividade da interrogação retórica existente na segunda estrofe.
-        Confere um carácter mais reflexivo a esta segunda parte do poema;
-        O sujeito poético questiona a validade do sofrimento passado por todos quantos ficaram e partiram na grande empresa dos descobrimentos;
-        Consolidação da ideia de que todos os sacrifícios são justificáveis, se o objetivo que estiver na sua base for nobre, por isso conclui «Tudo vale a pena se a alma não é pequena», querendo salientar que os propósitos dos portugueses eram nobres e por isso, valeria a pena enfrentar todos os obstáculos esperados.

- Explica o valor expressivo da hipérbole que inicia a primeira estrofe.
       Salientar o sofrimento/a dor causado/a pela conquista do mar àqueles que ficavam em terra, vivendo na incerteza do regresso dos seus entes queridos, por isso, se insinua que grande parte do sal que o mar tem é proveniente da quantidade de lágrimas de todos os parentes e amigos que ficaram em Portugal a rezar por aqueles que foram à descoberta do mar sem fim.
       Reforçar o sacrifício inerente às grandes conquistas.

– Clarifica a expressividade existente na rima «deu»/«céu», tendo em conta a construção de sentidos do poema. (70 pontos)
-        Foi Deus quem predestinou a glória para Portugal, logo, o «céu», como representação do divino permitiu, ou «deu», a Portugal a hipótese de alcançar o seu sonho através dos mares;
-        Deus “deu” ao mar os perigos e abismos e só quem os ultrapassasse é que poderia atingir o “céu”;
-        O mar é o espelho do céu, e os portugueses são o agente da vontade divina que desbrava o mar para dar ao mundo novos mundos e atingir a imortalidade.
-        Demonstração que a imortalidade e a glória de Portugal surgem como vontade divina, como é dito no «Infante» «Deus quer, o homem sonha, a obra nasce».

Apresenta semelhanças entre as estrofes de Os Lusíadas e o poema «Mar Português».
-        A mesma temática: a imortalidade alcança-se com a vitória sobre o sofrimento.
o   As «lágrimas de Portugal» que tornaram salgado o mar de Mensagem são as lágrimas choradas n’Os Lusíadas pelas mulheres que, na praia, se despediram dos marinheiros que partiram na grande aventura de Vasco da Gama;
-        Sofrimento dos agentes da ação, tanto dos que ficaram como dos que partiram, assim tanto sofreram os navegadores, por saírem do seu país e do seu seio familiar, como sofreram as famílias que viam os marinheiros partir, receosas «de não [os] tornar a ver tão cedo»;
-         Viagem era cheia de perigos, não havendo, por isso a certeza de que eles voltariam para as suas casas.
-        Os sentimentos existentes e o dramatismo necessário que se viveu naquele dia, para que fosse possível a posterior alegria do regresso e da glória.
-        A consciência do perigo, que também provoca dor e sofrimento, é eivada de otimismo, pois a dor é encarada como um meio necessário para alcançar o sonho, é uma fase do caminho para atingir o absoluto.
-        Determinação dos navegadores que, embora estejam “[cheios] de dúvida e receio”, consideram que “[vale] a pena” e embarcam nesta aventura.


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