sexta-feira, 6 de abril de 2012

Como fazer uma boa caracterização de personagens


Caracterização da personagem General Gomes Freire de Andrade com base nas páginas 126 a 129.

Leitura ativa do excerto – deteção das características do General

Citação
Significado
«Se há santos, Gomes Freire é um deles…»; «Foi um grande privilégio que Deus lhe concedeu – o de viver ao lado de um homem como o general Gomes Freire» Afirmações de Frei Diogo
Caráter do General – pessoa com valores, correta, íntegra, digna, inocente perante o crime de que é julgado;

«…o general pediu-me para a procurar (…) tem pensado em si constantemente.» Afirmação de Frei Diogo
Amor que o General sente por Matilde
«Não faça a Deus o que os homens fizeram ao general Gomes Freire: não O julgue sem O ouvir.» Afirmação de Frei Diogo
Gomes Freire como o “bode expiatório” dos governadores; inocência do general
«Um homem a sério, capaz de palmilhar as estradas da Galileia? Capaz de passar 40 dias no deserto, ou 150 dias metido numa masmorra?» Afirmação de Matilde
Gomes Freire comparado a Cristo, por ser um homem com valores, correto, justo, íntegro, etc
«Esses morrem na forca ou apodrecem nas prisões, não vá a sua presença incomodar a burocracia de Deus!» Afirmação de Matilde
Gomes Freire como alguém cuja presença é incómoda, já que questiona as leis vigentes e é um líder capaz de destronar o regime existente a favor de valores humanos
«Não reza porque viveu tão perto de Deus que nem precisa de se lhe dirigir…» Afirmação de Matilde
O General como crente a Deus, vivendo sempre uma vida digna de um bom cristão

Caracterização

1º parágrafo – frase introdutória de apresentação da personagem;
 Parágrafos seguintes – caracterização da personagem com recurso a levantamentos textuais comprovativos das afirmações feitas;
 Último parágrafo – frase conclusiva acerca da personagem salientando a característica principal da mesma. 

Exemplo:


            Gomes Freire de Andrade, «que está sempre presente embora nunca apareça», é a personagem virtual de Felizmente Há Luar, uma vez que nunca aparece em cena, mas está sempre presente, sendo, aliás, o motivo de todo o enredo.
            Nesta cena, como em toda a obra, assiste-se a uma caracterização indireta do General por parte de Frei Diogo e Matilde, (em quem Gomes Freire por amor «tem pensado [] constantemente.», segundo Frei Diogo), personagens estas que, apesar de serem distintas, emitem opiniões semelhantes em relação ao General.
            Através das palavras de Frei Diogo é possível constatar que o General é uma pessoa íntegra, digna e com valores morais, sendo «um grande privilégio que Deus [concedeu a Matilde] – o de viver ao lado de um homem como [ele]». A ideia de integridade do General é consolidada não só por Matilde, quando o compara a Cristo, «Um homem a sério, capaz de palmilhar as estradas da Galileia? Capaz de passar 40 dias no deserto, ou 150 dias metido numa masmorra?», pela referência ao cativeiro a que está submetido, ou quando nega a necessidade do General rezar «porque viveu tão perto de Deus que nem precisa de se lhe dirigir…», como por Frei Diogo, ao dizer «Se há santos, Gomes Freire é um deles…», afirmações que assumem grandes repercussões, já que significam que Gomes Freire é inocente perante o crime de que é julgado, sendo, na verdade, o “bode expiatório” dos governadores, ideia que é consolidada quando Frei Diogo se dirige ao Principal Sousa, dizendo «Não faça a Deus o que os homens fizeram ao general Gomes Freire: não O julgue sem O ouvir.». No fundo, o General é visto como alguém cuja presença é incómoda, já que questiona as leis vigentes e é um líder capaz de destronar o regime existente a favor de valores humanos, mas «esses morrem na forca ou apodrecem nas prisões, não vá a sua presença incomodar a burocracia de Deus!».
            Em suma, o General Gomes Freire é o herói da obra que necessariamente tem que ser aniquilado devido às suas características altruístas capazes de mudar a sociedade da época.

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